Luana Schrader
Como pode em tão pouco tempo construirmos tantas memórias com alguém?
É a música que me lembra o dia em que ficamos na cama conversando até as duas da manhã. A poesia guardada que compartilhou comigo em uma quarta-feira cinza. A música que escreveu para mim e me fez sorrir no meio da tarde.
Lembranças que perpassam linhas temporais, antes e depois de nos confessarmos apaixonados – se é que o fizemos.
Ainda sinto o aroma da pizza, dou risada do abraço desajeitado de quando chegou e assisto as trocas de olhares do outro lado da janela do restaurante lotado.
Não sei se fomos unidos apenas por um instante efêmero, ou se nos esbarraremos de novo naquela mesma calçada ou naquele corredor estreito, a única certeza é que fomos muito em tão pouco tempo.
Aquele telegrama dizia “é importante que você viva em mim e eu exista dentro de você”, eu não sei se você vai me abraçar até a dor passar, mas mesmo que esteja muito longe, te garanto que ainda irá existir em mim.
Fomos instantes efêmeros e incertos. Fomos proibidos e passionais. Mas todos os nossos instantes foram eternos.